Que e que faz o dinheiro com o cérebro?

Que e que faz o dinheiro com o cérebro?

1 maio 2015, 14:00
Andrealucia
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Ethan Couch tinha 17 anos quando, dirigindo bêbado, matou 4 pessoas que caminhavam pela rua. Apesar do horror do crime, um juiz em Texas não puniu com a cadeia porque o jovem fui diagnosticado com “afluenza”, suposta doença que só presentam as pessoas com muito dinheiro, como esse jovem.

Segundo o psicólogo clínico Dick Miller ­–quem faz parte da defensa de Couch–, o garoto não compreende o limite, responsabilidade o consequências, pois parece que ter nascido numa família rica “o dano”. Por isto, as autoridades apenas o condenaram 10 anos de liberdade condicional e uma terapia que inclui cavalgar, meditação e ioga.

Há pouca coisa escrita sobre esta perturbação, e certamente em textos acadêmicos, mas o pouco que exite diz respeito à afluenza mais como epidemia social que como uma doença. Seria a forma moderna do ennui, suposto trastorno que sofriam os jovens vitorianos ricos que careciam de motivação por ter muito tempo ocioso.

A afluenza não é uma doença reconhecida pelo manual de diagnostico da Associação Americana de Psiquiatria, mas os peritos reconhecem que acreditar num ambiente permissivo pode ser muito prejudicial para uma pessoa, pois na vida adulta têm suas problemas para diferenciar o bem do mal.

O que é certo, é que as alterações que o cérebro sofre ante o dinheiro estão documentadas. Um estudo do científico Paul Piff achou que os condutores com carros mais más luxosos são mais propensos a ameaçar aos peões e a outros vehículos. Michael Kraus, autor de um estudo da Universidade de California, encontrou que ter muito dinheiro afeta a capacidade de sentir empatia. É porque as pessoas das classes baixas estão sujeitas a responder diferentes ameaças e são capazes de ler melhor os rostros das outras pessoas.

Outro análise encontrou que o dinheiro é, de fato, uma excelente distração do dor. Convidaram a participantes colocar sua mão em água quente e medir o dor que sentiam antes e depois de contar dinheiro. Surpreendentemente, o dor após da contagem foi menor. 

O fato de pensar em dinheiro pode fazer que uma pessoa se comporte de forma antiética. Peritos das universidades de Harvard e Utah encontraram que as pessoas eram maís propensas a mentir e tomar decisões moralmente questionáveis depois de ser exposto a palavras associadas com o dinheiro. É porque as expressões econômicas desafiavam ao cérebro a ficar em “modo de negócio” e reduziam o pensamento a termos de custo-benefício.

E a agressão? Científicos da Universidade de Berkeley encontraram que as pessoas são mais sujeitas a ser agressivas quando têm muito dinheiro, também se é dinheiro falso. Os psicólogos deixaram a duas pessoas jogar Monopolio e a uma deram muito mais dinheiro que a outra. O princípio, o participante com mais notas parecia mais desconfortável, mas logo começou açoitar sus peças e molestar ao jogador com menos dinheiro.

Ainda são necessários muitos estudos para identificar se algo como a afluenza pode, na verdade, afetar ao cérebro e que elimine por completo a empatia. A verdade é que Ethan Couch não pisou a cadeia nem mostrou sinais duma compunção genuína.

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