Se você precisa de dólar para uma viagem internacional ou para quitar uma dívida na moeda americana, fique atento ao vaivém das cotações no mercado de câmbio para aproveitar os momentos de preços em baixa para a compra de moeda. Esta virada de mês pode ser um deles.
O comportamento das cotações nestes primeiros dias de abril sugere que o dólar perdeu momentaneamente o fôlego de alta sustentado ao longo de março. A cotação do comercial saiu de R$ 3,19, no último dia de março, para R$ 3,13, no fechamento de negócios de quinta-feira, dia 2 de abril, uma desvalorização de 1,88% em apenas dois dias.
O declínio repentino não é indicação de que as condições que vinham puxando os preços do dólar para cima desapareceram. O cenário de incertezas permanece como antes, avaliam especialistas, e podem recolocar a moeda em trajetória de alta a qualquer momento.
O que houve, comentam, foi uma ligeira melhora de humor de investidores e agentes do mercado financeiro quanto à perspectiva de reequilíbrio das contas do governo depois que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, assumiu o comando das negociações com o Congresso para a aprovação das medidas de ajuste.
O equilíbrio das contas públicas é visto como condição necessária para que não ocorra uma piora da nota de avaliação do crédito que venha a afugentar o capital estrangeiro do País.
Outro fator de queda do dólar pode estar associado ao forte fluxo de recursos na bolsa de valores, onde tem sido forte, segundo analistas, a chegada de capital externo para a compra de ações, diante da perspectiva de que os juros americanos permanecerão em níveis baixos, próximos de zero, por um tempo maior.
Esse ingresso para aplicação na bolsa aumenta a oferta de dólares e pressiona para baixo as cotações da moeda.
A combinação desses fatores poderia manter o dólar em trajetória de baixa, a menos que algum fato novo negativo na economia ou na política venha a pressionar novamente as cotações.
É momento, dizem os especialistas, em que quem precisa de dólar precisa acompanhar a dança dos preços e aproveitar a hora de comprar a moeda mais barata. Até porque não se espera uma volta do preço tão rapidamente abaixo de R$ 3.
