Dólar opera em queda à espera de sinais do Fed sobre juros

Dólar opera em queda à espera de sinais do Fed sobre juros

7 janeiro 2015, 20:35
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O dólar tem uma sessão instável nesta quarta-feira, chegou a registrar pequena alta e agora opera em leve queda. A moeda chegou a registrar as mínimas do ano mais cedo. De toda forma, as vendas continuam conforme investidores ajustam posições antes da divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, que pode dar sinais sobre em que momento o BC americano deve subir os juros.

Estrategistas do Morgan Stanley esperam que o Fed adote um tom mais “dovish”, ou seja, menos inclinado a aperto monetário. Os profissionais lembram que o BC americano pareceu mais “hawkish” no documento de dezembro, mas desde então o petróleo seguiu em forte baixa, o que aumenta o risco de a inflação nos EUA começar 2015 em território negativo, com pressão temporária também no núcleo do índice de preços.

As perspectivas sobre a política monetária americana mais uma vez devem ter papel crucial no fluxo ao Brasil, após um ano em que o país voltou a registrar mais saídas de dólares do que entradas.

Os números divulgados pelo Banco Central mostraram uma aceleração nas saídas no mês passado, que teve o maior déficit mensal desde setembro de 1998. Considerando apenas meses de dezembro, foi o pior resultado desde o início da série histórica, em 1982.

“Não vejo um quadro de melhora substancial no fluxo em 2015. Boa parte das commodities que o Brasil exporta tem sofrido com os preços mais baixos. E lado financeiro o fluxo deve continuar fraco, principalmente se os Estados Unidos indicarem uma política monetária mais apertada”, diz o diretor de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.

Ainda no lado doméstico, as atenções se voltam para o anúncio de corte de gastos. De acordo com Leandra Peres, do Valor, o governo prepara para esta tarde o anúncio de um contingenciamento nos gastos em 2015. O governo vai impor limites mais baixos do que o permitido em lei para os gastos federais até que o Congresso vote a lei orçamentária deste ano.

Segundo fontes, o foco dos cortes serão as despesas discricionárias, estimadas em cerca de R$ 68 bilhões no projeto de lei do Orçamento de 2015. O objetivo seria enviar logo uma mensagem de austeridade e aplacar dúvidas sobre o cumprimento da meta de superávit primário deste ano, de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

“O mercado ainda está bastante reticente. Acho que à medida que o Levy [Joaquim Levy, ministro da Fazenda] for entregando o prometido, o mercado vai dar mais crédito e embutindo isso nos preços”, diz o profissional de uma asset.

Às 16h, o dólar comercial caía 0,32%, para R$ 2,6935. Na mínima, a cotação foi a R$ 2,6735, menor patamar desde 30 de dezembro (R$ 2,6386).

No exterior, o dólar cedia 0,58% ante o peso mexicano, 0,14% contra o rand sul-africano, operava estável frente ao dólar canadense e subia 0,10% ante a lira turca.

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