EUA divulga dados sobre emprego sob o olhar atento do Fed

EUA divulga dados sobre emprego sob o olhar atento do Fed

7 agosto 2015, 19:30
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Os dados de desemprego que serão anunciados na sexta-feira devem confirmar a calma do mercado de trabalho e serão avaliados pelo Banco Central americano (o Federal Reserve, Fed) sob a ótica de uma normalização de sua política monetária.

O relatório sobre o emprego dos Estados Unidos se anuncia globalmente alentador, segundo a previsão média dos especialistas.

Segundo eles, a taxa de desemprego em julho se manterá em 5,3%, seu nível mais baixo em sete anos. Ao mesmo tempo, os analistas preveem que a criação de emprego se acelere, com 229.000 contratações em julho em relação às 223.000 do mês anterior.

Segundo a sociedade americana de serviços ADP, a quantidade de contratações no setor privado se estabeleceu em 185.000 em julho, 16% a menos do que previam os analistas.

Nesta quinta-feira, o Departamento de Trabalho informou que os pedidos de seguro-desemprego aumentaram pela segunda semana consecutiva, conforme as previsões dos analistas.

Os analistas não acreditam que o relatório de sexta-feira reverterá a tendência à recuperação.

"O crescimento dos empregos é forte, mas que tem sido mais moderado desde o começo do ano", avaliou Mark Zandi, da Moody's Analytics. "Mas, mesmo com o ritmo mais lento, o mercado se aproxima do pleno emprego".

Isso é precisamente o que está em jogo neste relatório, muito mais esperado pelos mercados do que de costume. "Todas as atenções estarão voltadas para o relatório", confirmou Jay Morelock, analista da companhia americana FTN Financial.

Principalmente as atenções do Fed: o Banco Central americano quer elevar sua taxa básica de juros, próxima a zero desde o fim de 2008 para apoiar a reativação, mas espera ter certeza sobre a solidez da economia americana antes de dar o passo.

Meta de pleno emprego

O Fed quer que sua meta de "pleno emprego" (entre 5% e 5,2% de desemprego) esteja para ser alcançada e já advertiu que só está esperando alguns sinais adicionais de melhora no mercado de trabalho para passar à ação.

Em sua última reunião sobre política monetária no fim de junho, o Fed destacou "ganhos sólidos" em termos de criação de emprego e comemorou uma maior participação no mercado de trabalho.

Se o relatório de sexta-feira confirmar essa tendência, o Fed pode subir os juros na sua próxima reunião, em meados de setembro.

"Agora seria difícil não atuar", disse na terça-feira o presidente do Fed de Atlanta (leste), Dennis Lockhart, no jornal econômico Wall Street Journal.

O número de empregos criados em julho desempenhará um papel crucial na reflexão do Fed, cuja presidente, Janet Yellen, já se declarou favorável a um primeiro ajuste da política monetária americana até o final do ano.

"Se houver contratações abaixo da faixa dos 200.000, os mercados se veriam incitados a deixar o aumento dos juros para mais tarde, em 2016", garantiu Morelock, da FTN Financial.

Alguns especialistas e instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediram ao Fed que espere o ano que vem antes de subir os juros, pela primeira vez desde 2006.

Mesmo no interior do Fed há divergências sobre a perspectiva de uma alta em setembro. "Ainda não foi decidido nada e não decidi sobre as minhas orientações", disse nesta quarta-feira outro membro do FOMC, Jerome Powell, entrevistado pela CNBC.

A única certeza, segundo ele, é que se prestará "muita atenção" aos futuros dados econômicos e "particularmente" aos do mercado de trabalho. 



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