Zona do euro pede 'mais esforços' à Grécia; Atenas paga ao FMI

Zona do euro pede 'mais esforços' à Grécia; Atenas paga ao FMI

12 maio 2015, 01:46
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O governo grego aprovou nesta segunda-feira o pagamento de 750 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto os ministros da Economia da zona do euro elogiaram os avanços da Grécia em suas negociações com os credores, que pediram mais esforços.

Apesar do pagamento ao FMI, o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, advertiu que a Grécia tem problemas de liquidez. "Estamos falando de duas semanas antes que as restrições de liquidez se transformem em um problema".

O governo grego garantiu em várias ocasiões que Atenas continuaria cumprindo suas obrigações "no exterior e dentro do país".

"A liquidez é um tema urgente", disse Varoufakis em coletiva de imprensa depois da reunião de ministros da zona do euro, que elogiou em um comunicado final os "progressos" da Grécia.

"Deve-se chegar a um acordo antes do fim de junho, data da próxima reunião do Eurogrupo", afirmou em coletiva de imprensa o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.

O próximo pagamento importante da Grécia será em 5 de junho, data de vencimento de um empréstimo do FMI por 302,5 milhões de euros.

Atenas negocia com Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional uma série de reformas para obter o acordo do Eurogrupo em troca da última parcela de 7,2 bilhões de euros em ajuda financeira, bloqueada desde o final de 2014.

Após meses de desencontros com o governo de esquerda de Alexis Tsipras, as partes registraram alguns avanços nos últimos dias, embora não sejam suficientes para se chegar a um acordo ainda nesta segunda-feira. A zona do euro pediu, contudo, "mais esforços" ao país.

"Saudamos a intenção das autoridades gregas de acelerar o trabalho com as instituições", afirmou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que reconheceu a "urgência" de Atenas, embora tenha lembrado que a condição para a liberação do dinheiro seja a implementação das reforma a serem acordadas.

A zona do euro pede a Atenas uma série de reformas que o governo de esquerda de Alexis Tsipras, que chegou ao poder denunciando as políticas "catastróficas" de austeridade, se recusa a conceder. Em particular, Atenas se nega a cortar mais salários e aposentadorias.

O governo grego se mostrou disposto a um compromisso nos últimos dias. O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, disse que pode haver um primeiro acordo com os credores sobre "as privatizações, o limite à quantidade de pré-aposentadorias, novas regras sobre o IVA (imposto sobre valor agregado) e a criação de uma autoridade independente para arrecadar impostos".

"Há uma série de reformas que são inevitáveis, e importantes, que são as que a Grécia precisa", disse o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos.

No final de junho acaba o segundo plano de resgate acordado com a Grécia em 2012, e que foi prorrogado por quatro meses.

Atenas, que não recebe dinheiro de seus credores desde agosto, não poderá se manter sem uma nova forma de apoio, sob o risco de sofrer um "acidente financeiro".

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