TÓQUIO - O Japão registrou em agosto seu 26º déficit comercial mensal seguido. O resultado mostra que o iene mais fraco, como quer o governo do primeiro-ministro, Shinzo Abe, pode impulsionar as exportações e ajudar a revitalizar a economia, mas ao mesmo tempo encarece as importações.
Dados do Ministério de Finanças divulgados nesta quinta-feira mostram que o déficit comercial do Japão caiu para 948,5 bilhões de ienes (US$ 8,75 bilhões) em agosto, em comparação com o dado revisado de 971,4 bilhões de agosto do ano anterior.
Economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” e pelo “Nikkei” haviam previsto um déficit c omercial ainda maior, de 1,028 trilhão.
Mas se o déficit recuou, outros dados vieram no vermelho e preocupam os formuladores de política econômica, que esperavam uma recuperação das exportações como forma de equilibrar a balança.
As exportações caíram 1,3% em agosto ante o mesmo mês do ano anterior e as importações também recuaram, em 1,5%, na mesma base de comparação.
O iene mais fraco frente ao dólar é uma faca de dois gumes para a economia japonesa: pode ajudar grandes exportadores, aumentando suas margens de lucro e permitindo-lhes preços mais competitivos no exterior, mas ao mesmo tempo encarece as importações, incluindo combustíveis fósseis. Após a tragédia de Fukushima e o fechamento das usinas nucleares, as importações de combustíveis do Japão aumentaram muito, tornando mais cara a vida dos consumidores e das pequenas e grandes empresas.
Abe facilita a queda do iene com a ideia de impulsionar as exportações, estimular o investimento e criar mais empregos.
O governo de Abe prevê que o déficit comerciai diminuirá este ano, após registrar 11 trilhões de ie nes em 2013, mas somente nos seis primeiros meses deste ano já há um acúmulo de 8 trilhões de ienes como déficit, o que projeta um novo recorde no vermelho para este ano.
(Dow Jones Newswires)