Petróleo opera em baixa após vitória do Syriza na Grécia

Petróleo opera em baixa após vitória do Syriza na Grécia

26 janeiro 2015, 18:00
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A vitória do partido de extrema esquerda Syriza nas eleições parlamentares da Grécia adicionam novo elemento de incerteza à estabilidade econômica e política na Europa e impacta o preço dos contratos futuros de petróleo nesta segunda-feira, que voltaram a mínimas em cinco anos e meio.

A eleição do primeiro-ministro Alexis Tspiras, líder do Syriza, representa a vitória das correntes políticas contrárias à austeridade no país. O novo chefe de Estado prometeu renegociar os termos da dívida externa do país com credores como a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), o que aumenta o nível de incerteza no continente. "As eleições gregas de ontem devem aumentar a volatilidade em toda a classe de ativos", afirma a JBC Energy em comunicado a cliente.

As eleições também afetaram o euro, que segue negociado em torno de US$ 1,12, e prejudica commodities negociadas em dólar. Além disso, os fundamentos do mercado de petróleo seguem sem demonstrar sinais de recuperação. Nem mesmo a transição política na Arábia Saudita, país que mais influencia a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), parece capaz de modificar as condições no mercado no curto prazo. O novo rei, Salman bin Abdul-Aziz Al Saud, já afirmou que pretende dar continuidade às políticas desenvolvidas no último reinado.

"Ainda deve haver risco negativo para os preços do petróleo, notadamente porque a oferta de óleo dos Estados Unidos continua a crescer sem perder forças no primeiro semestre do ano ea Opep mantém o status quo de sua política de produção", afirma Harry Tchilinguirian, diretor de estratégia para mercado de commodities do banco BNP Paribas. O economista prevê que o mercado sofrerá também com a transição para o segundo trimestre, período em que a demanda por petróleo se enfraquece com o fim do inverno e as refinarias norte-americanas passam por manutenção.

O banco Morgan Stanley prevê que a produção do gás de xisto nos EUA pode ser viável em preços tão baixos quanto US$ 30 por barril, mas alerta que os baixos preços devem limitar o fluxo de caixa e gastos, além de restringir o acesso a capital. "Entretanto, quando os preços se recuperarem, os produtores do xisto nos EUA devem ser capazes de responder dentre 3 e 6 meses", afirma a instituição financeira, em relatório mensal de energia.

Às 8h45 (de Brasília), o Brent para março caía 1,43, a US$ 48,09 por barril, na plataforma eletrônica ICE, enquanto na Nymex, o petróleo com vencimento no mesmo mês recuava 1,36%, a US$ 44,97 por barril. Fonte: Dow Jones Newswires.

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