A dois dias da reunião mensal do BCE acentua-se a especulação em relação aos próximos passos que o banco central poderá tomar para combater a deflação e o crescimento anémico da zona euro. Acções beneficiam e o euro toca mínimos de mais de um ano.
Mota Engil 4,78€ (1,9%)
Os títulos da
construtora lideram os ganhos em Lisboa depois de, como noticiado pelo
Económico, um relatório da Parpública ter recomendado a proposta do
consórcio liderado pela Mota-Engil para a privatização da gestora de
resíduos EGF. Os ganhos do BCP, da PT - a menos de uma semana da
assembleia geral que vota os novos acordos de fusão com a brasileira Oi -
e da Galp levam Lisboa à sexta sessão de ganhos das últimas dez: E só a
queda da EDP e Jerónimo Martins impede maiores avanços do PSI 20, que
ganha 0,3%.
Stoxx Europe 600 343,98 pontos (0,33%)
As
acções europeias vivem a terceira sessão consecutiva de ganhos, em
máximos de mais de um mês. A especulação de que o BCE possa anunciar
novas medidas na reunião de quinta-feira - Draghi já sugeriu a
possibilidade de novas acções e a pressão de França e Itália tem sido
visível - impulsiona as negociações no Velho Continente.
S&P 500 1.998,90 pontos (0,185%)
À
espera de dados do Institute for Supply Management, que deverão
demonstrar que a actividade industrial nos Estados Unidos se expandiu a
um ritmo mais lento, os principais índices antecipam um regresso com
ganhos às negociações, depois do feriado do Dia do Trabalho comemorado
ontem. Na sexta-feira passada, último dia de negociações, as acções do
S&P 500 renovaram máximos acima dos dois mil pontos.
Euribor a 6 meses 0,259% (-0,005)
A
taxa mais utilizada para o crédito à habitação em Portugal soma a
sétima sessão de descidas consecutivas, acompanhando uma tendência de
alívio que se estende aos outros prazos. A Euribor a 12 meses desce na
mesma ordem de valores, enquanto o prazo a três meses - que avalia as
expectativas em torno das taxas de juro - recua 0,004 pontos
percentuais, à espera do que dirá Draghi na quinta-feira.
Juros de Portugal a 10 anos 2.255% (0,026)
As
"yields" associadas às obrigações portuguesas agravam em todos os
prazos, seguindo o comportamento dos demais países da periferia no sul
da zona euro. França e Alemanha não são excepção e descolam dos mínimos
que tinham sido assegurados pelas declarações de Mario Draghi em Jackson
Hole, nos EUA, que abriram a porta à possibilidade de estímulos não
convencionais na zona euro - como a compra de activos em larga escala.
Euro 1,3116 dólares (0,10%)
A
moeda única europeia mergulhou hoje abaixo da marca mínima de um ano e
já negoceia em níveis de Julho do ano passado, enquanto os investidores
esperam pela reunião dos governadores do BCE. A expectativa em torno do
avanço da reforma do fundo de pensões japonês criou pressão vendedora
sobre o iene, que cedeu para perto de mínimos de cinco anos face ao
dólar. Pela primeira vez em cinco dias a libra esterlina recua,
pressionada pela possibilidade de a Escócia sair independente do
referendo do próximo dia 18.
Barril petróleo Brent $102,08 (-0,69%)
O
barril brent soma duas sessões de alívios, na expectativa de que a
estagnação da produção manufactureira na zona euro conhecida ontem leve a
uma redução da procura por petróleo. O reforço do dólar afasta a
procura pelo ouro como metal de refúgio, com o preço por onça a recuar
para mínimos de uma semana. O paládio - metal usado no fabrico de
catalisadores automóveis - recua dos máximos de 13 anos de ontem. O café
aprecia para máximos de Maio, com a continuação de condições
meteorológicas adversas à produção no Brasil.