Blockchain se tornará a próxima vantagem competitiva!?

25 janeiro 2018, 19:25
Marcos Pereira
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                                   Blockchain se tornará a próxima vantagem competitiva!?

blockchain ainda precisa se popularizar nas empresas. E isso pode mudar de vez em 2018 à medida que a reputação da tecnologia para transações confiáveis continua a crescer entre os líderes do mercado de TI.

O blockchain é uma espécie de livro de contabilidade (também chamado de ledger) digital compartilhado para registrar transações. Cada transação entre os participantes em uma rede é guardada em um registro conhecido como um bloco (“block”, em inglês), que é assinado digitalmente para garantir sua autenticidade e criar então um consenso sobre o estado das transações em qualquer momento.

O que tem animado os CIOs sobre o blockchain é a sua habilidade de escala em uma empresa, oferecendo um efeito de rede de confiança digital.

Por exemplo, todas as partes interessadas em uma cadeia de suprimentos suportada por blockchain recebem uma cópia do registro existente autenticado. Caso algo impacte essa supply chain, por exemplo, todas as partes podem ficar tranquilas – isso porque o que o registro digital informar que aconteceu realmente aconteceu. Os diretores de tecnologia dizem à CIO dos EUA que usar um ‘ledger’ digital para garantir confiança é algo que as tecnologias rivais do blockchain não oferecem atualmente.

“O blockchain é uma daquelas coisas que será mais uma vantagem competitiva com o tempo”, afirma o CIO da TD Ameritrade, Vijay Sankaran.

Blockchain para logística

A United Parcel Service (UPS) possui uma equipe dedicada a explorar o impacto do blockchain sobre a cadeia de suprimentos, afirma a diretora de inovação e arquitetura corporativa da empresa, Linda Weakland. A executiva vê grande potencial no blockchain para a automatização da grande quantidade de processos manuais que compõe o trabalho de despacho de mercadorias na alfândega. Um sistema assim poderia ajudar a companhia a “modernizar a prática toda e liberar as mercadorias de forma muito mais rápida do que fazemos”. O blockchain também poderia melhorar a precisão de transações e reduzir os custos para ativos físicos, como contêineres de transporte.

Mas para destravar o potencial do blockchain, a tecnologia precisa ser adotada em toda a cadeia de suprimentos. Por isso, em novembro de 2017 a UPS passou a fazer parte do consórcio BiTA (Blockchain in Trucking Alliance), que vem desenvolvendo padrões para a indústria de fretes. Weakland afirma que esses padrões poderiam ajudar a UPS e seus parceiros a compartilhar dados pelos blockchains, o que é difícil de fazer atualmente. “Com o BiTA, vamos poder ter mais padrões para tornar o blockchain mais útil do que é hoje”, diz a executiva.

A UPS vê o blockchain como uma parte integral da sua Smart Logistics Network, que também inclui outras tecnologias emergentes como Internet das Coisas (IoT), robótica, Inteligência Artificial (IA) e machine learning.

O CIO da UPS, Juan Perez, a quem Weakland se reporta, está aplicando essas tecnologias no restante dos negócios da companhia como parte do Advanced Technology Group que ele criou em 2016. “Ele (Perez) nos desafia a estar no limite e realmente olhar para as tecnologias que farão a diferença”, destaca Weakland.

Aposta limitada

O blockchain apresenta quase tantos desafios quanto oportunidades para as companhias de serviços financeiros como a TD Ameritrade, onde o CIO Sankaran criou uma equipe dedicada para explorar o uso da tecnologia. O executivo acredita que o blockchain vai diminuir as janelas para a liberação de ativos, automatizando em minutos ou segundos o que costuma levar dias.

O processo de transferir arquivos entre uma grande quantidade de parceiros também vai ficar mais claro, reduzindo processos manuais e baseados em papel. O primeiro grande teste da TD Ameritrade é facilitar transferências de dinheiro entre o seu serviço de corretagem e sua afiliada TD Bank quase em tempo real.

“É um modelo para continuar a trabalhar com outras empresas para movimentar dinheiro e configurar contas de forma muito mais rápida”, destaca Sankaran. Outros potenciais usos do blockchain na empresa incluem o compartilhamento de informações entre clientes, proxy voting (política de voto), que costuma exigir uma grande quantidade de papel, e substituir cartões de crédito em micropagamentos. Por fim, a chamada liquidação financeira será o uso mais interessante com o passar do tempo, aponta Sankaran, reduzindo o tempo e as taxas de transação que atormentam o mercado há tempos.

A corretora on-line está testando várias tecnologias hyperledger, incluindo Ethereum, R3 Corda e a Quorum, do JP Morgan. “Realmente precisa ser uma plataforma de grau empresarial para gerenciar segurança e privilégios, além de também precisar se sair bem em escala e performance”, segundo o executivo.

Mesmo assim, Sankaran precisa restringir suas apostas contra a incerteza em torno das tecnologias hyperledger, que ainda possuem uma aura de “Velho Oeste” parecida com os dias iniciais de distribuições de tecnologias emergentes como o Linux, destaca. “O problema é escolher uma plataforma subjacente sabendo que você pode precisar jogá-la fora porque ela não fornece o maior valor”, diz Sankaran, que aponta ainda que está observando de perto o que empresas com as quais a TD Ameritrade se alinha estão fazendo neste espaço.

O CIO prevê uma consolidação significativa, com players maiores adquirindo distribuições de blockchain, forçando mudanças com a maré no mercado. E ele diz que está avançando com consciência total de que “podemos ter de trocar os cavalos em algum ponto”.

Pronto para disrupção

Apesar de o blockchain poder revolucionar os serviços financeiros de várias maneiras, as aplicações das tecnologias de ledgers digitais ficam mais estreitas mais adiante. Isso é especialmente verdade na indústria alimentícia, onde a Driscoll’s é conhecida por vender morangos, mirtilos, framboesas e amoras no WalMart, Stop & Shop, Whole Foods e outras redes de supermercados pelo mundo.

A Driscoll’s, juntamente com mais de uma dúzia de produtores de alimentos, está trabalhando com a IBM para usar o blockchain para ajudar a provar a origem de alimentos estragados, o que, segundo o CIO da Driscoll’s, Tom Cullen, poderia eliminar com acusações no mercado.

Como o blockchain pode registrar todos os pontos de dados em uma cadeia de suprimento, a tecnologia fornece um paraíso virtual para cientistas forenses sobre os produtos que eles rastreando. “Estamos interessados na origem das frutas e em qualquer certificação uma vez que elas comecem na supply chain”, aponta Cullen.

A Driscoll’s atualmente utiliza sensores de GPS habilitados por Bluetooth para monitorar a temperatura das frutas em coolers de transporte. Então, por exemplo, se um motorista de caminhão no México “cozinhar” as frutas sem saber porque a temperatura no caminhão ficou muito alta, a empresa vai saber disso. Mas isso não ajudará a Driscoll’s a rastrear um lote específico de colheitas caso aconteça um surto de doenças causadas pelos alimentos. Aqui o blockchain pode ajudar. Ao registrar os códigos de barra de caixas e contêineres de transporte, o blockchain pode ser usado para rastrear as frutas até uma safra específica, aponta Cullen, permitindo que a Driscoll’s aponte a origem exata dessas frutas.

“(O blockchain) é imutável e não pode ser alterado, então à medida que você rastreia a cadeia de suprimentos poderá confiar nos dados”, explica o executivo. Ele destaca ainda que o blockchain, juntamente com machine learning e dados analíticos avançados para ajudar a melhorar a marcação genética, são os aspectos principais das iniciativas digitais da Driscoll’s para 2018.

Choque de realidade

Em um relatório publicado em novembro de 2017, a Gartner notou que, apesar de o blockchain ser o mais procurado conforme pesquisa com os seus clientes, a tecnologia ainda permanece nascente em maturidade, modelos de negócio, evolução de processos e resultados. Para conseguir acelerar o software, a consultoria encoraja os CIOs a testarem a tecnologia em projetos piloto.

Mas os líderes de TI continuam confiantes sobre o potencial do blockchain. “Penso que em 2018 e 2019 o blockchain vai cruzar o abismo e avançar do uso experimental para ser uma solução popular em serviços financeiros e outros mercados”, afirma Sankaran.

Por Marcos Sepó Technician Financial And Programmer

www.roboforexsystem.net

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