Bolsa de Xangai fecha em queda de 6,5%, segundo pior resultado diário de 2015

Bolsa de Xangai fecha em queda de 6,5%, segundo pior resultado diário de 2015

28 maio 2015, 15:00
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As ações negociadas na Bolsa de Xangai foram pressionadas por uma forte venda no fim da sessão desta quinta-feira, que derrubou o índice Xangai Composto para 4.620,27 pontos, uma queda de 6,5% - a maior desde 19 de janeiro, quando o índice recuou 7,7%. No início do pregão o índice se aproximou do patamar de 5.000 pontos, nível que não era alcançado desde janeiro de 2008. Apesar do forte recuo de hoje, o índice acumula alta de 43% neste ano.

Um trio de fatores combinados levou os investidores a venderem ações: corretoras apertaram as restrições para concessão de crédito para investidores individuais; o fundo soberano da China informou no começo desta semana que havia vendido participações em dois bancos estatais; e o Banco do Povo da China (PBoC) enxugou dinheiro que estava disponível para bancos comerciais, em um sinal de que o governo está tentando conter o excesso de liquidez no mercado financeiro.

"O mercado chinês está basicamente operando como um ioiô", comentou Steve Wang, diretor de pesquisa da Reorient Financial. Alguns observadores disseram que a queda não foi totalmente surpreendente. Céticos alertam há meses que o mercado está em uma bolha e cada vez mais desconectado da realidade, da piora da economia chinesa e do aumento das dívidas.

O declínio de hoje em Xangai pode levar o mercado de um "bull market maluco para um bull market lento", afirmou Li Shaojun, analista da Minsheng Securities.

Boa parte das atenções hoje foram voltadas para restrições sobre margens de negociação, pelas quais as corretoras permitem que investidores alavanquem suas operações. O aumento dos empréstimos tem ajudado a aquecer o mercado, mas também amplia as perdas durante momentos de correção, colocando os investidores sob risco.

A corretora Changjiang Securities apertou as regras de financiamento de margem ontem, depois de a GF Securities e a Haitong Securities anunciarem no começo da semana que iriam elevar o montante de colateral que os investidores precisam apresentar para obter empréstimos. No fim de abril, a Shenwan Hongyuan Securities e a Donghai Securities fizeram o mesmo.

Informações de que o Central Huijin Investment está vendendo ações em dois dos maiores bancos comerciais chineses - o Industrial & Commercial Bank of China e o China Construction Bank - foram reveladas no começo da semana, mas analistas dizem que sites e blogs na China comentaram as vendas durante esta quinta-feira. Huijin é uma subsidiária do China Investment Corp., o fundo soberano do país.

As ações do ICBC caíram 5,0% na sessão de hoje e as do China Construction Bank recuaram 5,9%. Em Hong Kong, os papéis dos dois bancos recuaram mais de 3,0%. Fonte: Dow Jones Newswires.

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