GES empurra Montepio para prejuízos de 187 milhões de euros em 2014

27 março 2015, 22:25
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O Montepio reduziu as perdas em 2014 face ao ano anterior mas reconheceu imparidades que lhe custaram o desempenho positivo que apresentou até Setembro. A impedir mais prejuízos estiveram operações financeiras.

O Montepio apresentou prejuízos de 187 milhões de euros no ano passado. É uma redução de 37% face ao ano passado. O desempenho operacional positivo obtido pela instituição até Setembro foi prejudicado, nos últimos três meses, pelo reconhecimento de imparidades para precaver perdas, nomeadamente relacionadas com o Grupo Espírito Santo.  

O resultado líquido obtido pela Caixa Económica Montepio Geral foi de 187 milhões de euros, uma diminuição de 37% face aos 299 milhões de euros verificados nos doze meses de 2013, de acordo com o comunicado emitido através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. 

O grupo presidido por António Tomás Correia (na foto) defende ter sido penalizado sobretudo por efeitos de natureza não recorrente, ou seja, aspectos que não se voltam a repetir, no valor global de 274 milhões. Grande parte deveu-se ao "reconhecimento de imparidades relacionadas com exposições relevantes, no montante de 140 milhões, nas quais se inclui a exposição ao Grupo Espírito Santo". Assim, no comunicado, o grupo não avança com valores exactos, mas sabe-se que reclama 60 milhões no processo de revitalização da Espírito Santo Hotéis.  

Tendo sido penalizado por provisões e imparidades, a caixa económica diz que "excluindo os efeitos não recorrentes verificados no decurso do ano de 2014, o resultado líquido fixar-se-ia em 87,1 milhões de euros".  

Operações financeiras ajudam produto do banco 

Assim, ao todo, as provisões ascenderam a 643 milhões de euros, mais de 62% do que o dinheiro colocado de lado para eventuais perdas futuras em 2013. O resultado bruto da caixa até melhorou em relação ao ano anterior. 

O resultado bruto foi de 443 milhões de euros, um acrescento de 405 milhões face a 2013. Para isso contribuiu o crescimento da margem financeira (diferença entre o custo de financiamento em depósitos e os juros obtidos em créditos), que ganhou 49% para 336,5 milhões de euros. 

A margem financeira ajudou ao crescimento do produto bancário comercial (receita conseguida pelo negócio bancário), a que o Montepio acrescentou ainda os resultados de operações financeiras, que renderam 352 milhões de euros. Assim, o produto bancário global chegou aos 784 milhões, mais do dobro dos 377 milhões alcançados em 2013. 

Este produto comparou com custos operacionais de 341 milhões de euros, rubrica que ascendeu ao longo dos 12 meses de 2014 – isto porque, apesar da contenção de custos em território nacional, aumentaram-se as despesas em Angola e Moçambique, onde o banco entrou com a aquisição de capital do Banco Terra, conforme explica o comunicado. 

O crédito a clientes bruto situou-se nos 16.451 milhões de euros, uma quebra de 0,1%, ajudado pelos empréstimos cedidos a empresas e a pequenos negócios, contrariando o recuo do crédit para particulares. Os depósitos subiram 1,4% para 14.242 milhões. 

O rácio de Common Equity Tier 1 fixou-se em 8,5%. 

( notícia do jornaldenegocios datado de 27 de Março de 2015 )

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