Rússia indisponível para reestruturar dívida ucraniana de 3 mil milhões de dólares

10 fevereiro 2015, 20:19
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O ministro das Finanças da Rússia revelou que a Ucrânia solicitou uma reestruturação do empréstimo de 3 mil milhões de dólares concedido por Moscovo, assegurando contudo que o Kremlin não está em condições de aceder ao pedido de Kiev. 

O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, revelou esta terça-feira que a Ucrânia solicitou à Rússia uma reestruturação da dívida de 3 mil milhões de dólares (2,65 mil milhões de euros) resultante do apoio económico acordado em finais de 2013 pelo presidente russo Vladimir Putin com o então homólogo ucraniano Viktor Yanukovych.  

No âmbito de uma viagem a Istambul, onde decorreu um encontro entre os ministros das Finanças do G-20, Siluanov, citado pela agência Bloomberg, adiantou que Moscovo rejeita o pedido ucraniano porque "não estamos em condições de adiar ou acordar o pagamento em tranches". 

"Esperamos que a Ucrânia honre todas as obrigações em vigor [com a Rússia] em Dezembro deste ano", assegurou o responsável pelas Finanças russas. Até porque este montante "está previsto no orçamento deste ano", acrescentou Siluanov. 

Esta dívida resulta de um plano de resgate negociado por Putin e pelo líder pró-russo Yanukovych e que previa um empréstimo total de 15 mil milhões de dólares. Este acordo surgiu no seguimento da decisão de Yanukovych de suspender as reformas tendentes à adesão à União Europeia, opção que espoletou os protestos na praça da Independência em Kiev que acabariam por resultar na sua deposição já em Fevereiro de 2014. 

Após a queda de Yanukovych, a Rússia, que não reconheceu o novo poder ucraniano nascido dos protestos pró-europeus desencadeados pelo recuo face à União Europeia (UE), suspendeu o resgate negociado com Kiev acabando ainda por decidir, poucos meses depois, a suspensão do abastecimento de gás natural até que a Ucrânia saldasse parte da dívida à Gazprom. 

Ainda de acordo com Anton Siluanov, as autoridades ucranianas já terão assegurado, não obstante a recusa russa em aceitar uma reestruturação da dívida, disporem de meios financeiros capazes de corresponder às obrigações acordadas no final de 2013. O governante russo explica que o direito de requerer o pagamento antecipado decorre do facto de "o compromisso [inicial] ter sido rompido". 

Em Janeiro deste ano a Ucrânia solicitou um resgate ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que se segue ao empréstimo já acordado com o fundo em Abril de 17 mil milhões de dólares. Já no início do passado mês de Janeiro, a Comissão Europeia mostrou-se disponível para providenciar uma assistência macrofinanceira suplementar à Ucrânia revestida "sob a forma de empréstimos a médio prazo no valor máximo de 1,8 mil milhões de euros". 

Este é um dado suplementar a acrescentar ao conflito geopolítico que divide Kiev e Moscovo desde Abril do ano passado. Esta quarta-feira reúnem-se em Minsk, capital da Bielorrússia, os líderes da Ucrânia, Rússia, França, Alemanha e das duas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk. 

O objectivo ocidental passa por implementar um acordo de paz baseado no cessar-fogo assinado, também em Minsk, a 5 de Setembro passado e que foi sistematicamente violado. O agravar dos confrontos entre o exército leal a Kiev e as forças separatistas pró-russas verificado nas últimas semanas, conheceu esta terça-feira um novo ponto alto na tensão que opõe os contendores. 

Segundo informações do conselho de segurança da Ucrânia, veiculadas pela agência Reuters, registou-se uma ofensiva do exército ucraniano contra os separatistas junto à cidade portuária de Mariupol que terá permitido a Kiev recuperar parte do território perdido para os separatistas nos últimos dias. Da parte de Moscovo, há notícia de que foram iniciados novos exercícios militares ao longo da linha fronteiriça entre a Rússia e a Ucrânia, que contempla também manobras militares da marinha russa presente na península da Crimeia, ao largo do Mar Negro.

( notícia do jornaldenegocios datado de 10 de Fevereiro de 2015 )

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