Presidentes de BCs pedem aos EUA definição sobre juro

Presidentes de BCs pedem aos EUA definição sobre juro

13 outubro 2015, 12:32
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O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem levado autoridades de mercados emergentes a enfrentar crises repetitivas de volatilidade em suas moedas e de fluxos de capital, bem como a se preocuparem com as dívidas de seus países.

Alguns formuladores de políticas, diante dessa incerteza, entregaram uma mensagem aos americanos, enquanto autoridades estavam reunidas na capital peruana para o encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI): "Por favor, parem com a indecisão".

"Adiar o aumento não vai resolver a situação", disse Sukhdave Singh, vice-presidente do Banco Negara Malaysia. "Se o problema é que os mercados emergentes assumiram muitas dívidas, haverá um dia de ajuste de contas. Atrasar a alta da taxa de juros não necessariamente resolve esse problema."

Os receios do Fed consumiram economias emergentes nos últimos dois anos, depois de um período de estímulo monetário sem precedentes. Mas muitas autoridades na reunião do FMI, que terminou ontem (11), disseram que preferem a certeza agora à agonia da espera.

Autoridades do Fed, após anos de apelos para adiar a elevação da taxa, dizem que estão agindo com cautela. "Tem ficado claro, a partir das conversas nesta reunião, que muitas autoridades de mercados emergentes e de outros países se sentem suficientemente prevenidas e preparadas a ponto de pedirem que elevemos a taxa", disse o vice-presidente do Fed, Stanley Fischer. "Mas temos de estar cientes dos riscos à frente."

Muitos representantes de BCs de países emergentes disseram que fizeram tudo ao seu alcance para se preparar para a elevação da taxa de juros nos EUA. Eles deixaram suas moedas flutuarem, indicando a disposição de absorver uma inflação mais elevada em troca de exportações mais baratas.

Também acumularam reservas em moeda estrangeira para absorver o choque da fuga de capital. E muitos estabeleceram metas de inflação para tranquilizar os investidores.

Esse preparo, contudo, não vai protegê-los de oscilações nas suas moedas, com o fluxo determinando o preço do dólar e o nível de inflação nos mercados emergentes.

Para aqueles banqueiros que perseguem uma taxa de inflação, podem ser necessárias decisões difíceis, como o aumento das taxas de juros, mesmo diante de economias em desaceleração. Por isso, nem todo mundo está ansioso para essa decisão do Fed. (As informações são do jornal O Estado de S.Paulo)

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