Bovespa volta a subir em meio à especulação eleitoral

Bovespa volta a subir em meio à especulação eleitoral

3 setembro 2014, 08:51
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SÃO PAULO  -  A Bovespa teve mais um pregão volátil nesta terça-feira, chegou a testar novamente o nível dos 62 mil pontos, perdeu força no fim do dia, mas ainda encerrou com ganhos. O mercado oscilou novamente na esteira dos rumores sobre a corrida presidencial.

Investidores estão ansiosos pela divulgação de duas pesquisas eleitorais nesta quarta-feira, do Ibope e do Datafolha. As apostas são de que Marina Silva (PSB) aparecerá à frente de Dilma Rousseff (PT) nos levantamentos de amanhã. A última pesquisa Datafolha, de sexta-feira passada, mostrou empate técnico no primeiro turno entre Dilma e Marina, com 34% dos votos. No segundo turno, Marina venceria com 50%, contra 40% de Dilma.


Nota da coluna Radar, do site da revista “Veja”, divulgada à tarde, reafirmou informação antecipada ontem pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor, sobre a possibilidade de renúncia de Aécio Neves antes da eleição do primeiro turno, seguida de decl aração de apoio a Marina Silva. Esta seria a saída para “despachar” Dilma Rousseff ainda no primeiro turno. Aécio convocou entrevista coletiva no fim da tarde para negar os rumores de que pretende renunciar à candidatura.

“O mercado segue sob a influência do cenário eleitoral. A semana será carregada de dados lá fora, como emprego nos Estados Unidos e reunião do BCE [Banco Central Europeu], mas o foco aqui ainda é a eleição. Ainda teremos muita volatilidade”, afirma o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi.

O Ibovespa subiu 1,23%, para 61.895 pontos, com volume muito forte, de R$ 9,146 bilhões. Petrobras PN (3,06%, a R$ 24,56) voltou a puxar os ganhos e concentrou o giro financeiro, com R$ 1,638 bilhão, ou 17,9% do total negociado. Segundo operadores, declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, deram fôlego ao papel. “Todo ano tem aumento de gasolina e este ano não deve ser diferente”, disse o ministro.

Outra estatal também brilhou entre as maiores altas: Banco do Brasil ON (5,72%, a R$ 37,46). O Credit Suisse elevou a recomendação das ações do Banco do Brasil de neutro para “outperform” (acima da média do mercado). O preço-alvo subiu de R$ 23 para R$ 44 por ação. A revisão, segundo relatório do banco suíço, leva em conta projeções melhores para lucro e margens.

“Apesar do forte desempenho no ano até agora, acreditamos que as ações ainda estão subvalorizadas. O efeito de reprecificação sobre a carteira de crédito do Banco do Brasil devido a spreads mais altos nos deixa mais otimistas sobre o crescimento da margem”, afirmou o Credit Suisse. As ações dos outros bancos também avançaram: Itaú PN (1,82%, a R$ 41,24), Bradesco PN (2,06%, a R$ 41,55).

No topo do Ibovespa também ficaram Rossi ON (5,14%), Klabin Unit (4,82%) e Suzano PNA (4,23%). Na outra ponta apareceram Qualicorp ON (-3,26%), Estácio ON (-3,21%) e Eletrobras ON (-2,90%).

A Qualicorp anunciou a compra de uma fatia adicional de 15% na administradora de planos de saúde Al iança, por R$ 155 milhões. Com a aquisição, a participação na controlada passou de 60% para 75%. A companhia adquiriu o controle da Aliança em 2012, por R$ 183 milhões. Na época, a transação já incluía uma opção de compra dos 40% restantes. Em nota, a Qualicorp ressaltou que o fundador da Aliança, Elon de Almeida, que ficou com os 25% restantes, permanecerá “comprometido com o negócio” e continuará a exercer o cargo de presidente da controlada.